quarta-feira, 13 de abril de 2011

O cristão elogiável

    Os evangelhos retratam Jesus elogiando algumas pessoas e essas palavras de Jesus não foram compostas banalmente. Houve, de fato, motivos fortes para que Ele se admirasse. Observemos em quais casos isso ocorreu:

    Primeiramente, por causa da fé de um gentílico. Era um centurião romano (Mt 8 5-13), que por ter apreço por seu encarregado que estava enfermo, pediu implorando a Jesus que o curasse. Diante de tal pedido, com certeza não haveria recusa por parte de Jesus, que, então, se desloca em direção ao enfermo, e é automaticamente barrado com a seguinte declaração:

v.8 ...Senhor, não sou digno de que entres em minha casa; mas apenas manda com uma palavra, e o meu rapaz será curado. 9 Pois também eu sou um homem sujeito à autoridade, tenho soldados às minhas ordens, e digo a este: vai, e ele vai; e a outro: vem, e ele vem; e ao meu servo: faze isto, e ele o faz.

    Jesus, ao ouvir essa declaração, relatou que nem mesmo entre os israelitas e em todo o território, ouvira uma pessoa com confiança tão inabalável nEle e em sua palavra. Jesus estava levantando verdadeiras colunas de fé, até mesmo fora do arraial israelita. E este exemplo era fruto e reflexo das suas ministrações. Plena certeza de fé é o nível certo para Jesus tanto te admirar, quanto te elogiar.

    O segundo cristão elogiável que quero tratar é uma mulher, que, por sinal, também não é judia, mas Cananéia (atual Líbano) (Mt 15 21-28). Neste caso, não era enfermidade, mas a possessão  de sua filha, que provocava desespero constante. A maneira como ela abordou Jesus, retrata o seu drama: v 22 ...Senhor, Filho de Davi, tem compaixão de mim!

    Sabemos que é exatamente assim que qualquer mãe ou pai, que tem amor aos seus filhos agiria.

    Nesse caso, Jesus não foi prontamente solícito e por suas razões, resistiu ao pedido. Mas, do contrário, essa atitude não inibiu a insistência da mãe que perseverou na intercessão, coisa que era latente em sua alma, fazendo com que Jesus parasse mediante a sua adoração: v.25 Ela, porém, veio e o adorou, dizendo: Senhor, socorre-me!

    Houve aqui um ponto bem favorável, mas não definitivo. Ao insistir em seu pedido, com contínua humilhação, recebeu do mestre um elogio:

v. 28 ....Ó mulher, grande é a tua fé! Faça-se contigo como queres. E, desde aquele momento, sua filha ficou sã.
  
    Observemos que a adoração, seguida de humilhação, com a força motriz da perseverança, traz sobre si a boa palavra de reconhecimento carregada de elogios de teu salvador.
  
    Como último exemplo de cristão que Deus elogia, cito outra mulher, a pecadora (Lc.7.36-50). Parece contraditório, mas Jesus desafiou até mesmo os religiosos, elogiando pessoas, as quais não eram dignas para eles nem mesmo de conviverem em sua classe social.
  
    A cena ocorre na casa de um certo fariseu chamado Simão. E qual a surpresa ao adentrar uma mulher, com um vaso de ungüento para ungir os pés de Jesus. O anfitrião repudiou o ato por conhecer sua fama de pecadora, além de subestimar o poder de discernimento de Jesus, considerando-o um alienado.

    Ao perceber isso, Jesus propõe uma parábola para estabelecer que pessoas que tenham tido uma experiência profunda de perdão da parte de Deus, serão as mesmas que as devotarão sem reservas por causa da plena gratidão. Assim, Jesus encheu de elogios aquela que, já não tinha mais credibilidade com os homens, mas que naquele momento, estava cheia de dignidade com Deus.

    Tudo por causa da sua postura ao se abaixar, ungir, chorar e enxugar os pés com os próprios cabelos, além de beijá-los. Percebo que gestos assim sensibilizam o coração de Deus. E que Ele não poupa elogios aos seus servos. Percebo também, que se tornam memoriais, como sinal de que são exemplos para as próximas gerações, e porque não dizer séculos e milênios. É o caso do texto paralelo a este (Mc.14.3-9), em que Jesus faz questão de deixar registrado: v 9....onde for pregado em todo mundo o evangelho, será também contado o que ela fez, para memória sua.  

    Logo, o cristão que crê, adora e serve a Deus, é elogiado por Ele, como testemunha de que é uma pessoa que faz a vontade do Senhor sem    auto-preservação.

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